31.1.06

Adoro balanços... Tênue, exatamente elevado do chão e suspenso no ar - precisão possível.
A existência pendular sempre me atraiu, o vir-se-já-se-indo, o ir-se-já-voltando, o "desossar das horas"...
Pendular, pendular, o quase intrínseco.
A dor que salta no abismo e quando a ponta de seus dedos toca o chão inevitavelmente cansa e arrefece.
Tudo salta de um trapézio à outro no picadeiro da existência.
Pendular..., tender, estar, fazer da incostância moradia.
Nesse quase-êxtase que de tanto se repetir nos faz acreditar que é eterno.
Esse sempre à beira de, esse quiçá, essa eu-foria... E então, no instante-quase o chão.
Pendular o quase-aço cortando o corpo. A distância infinitesimal que parece eterna.
Eu-sonho, eu-quase, eu -Ícaro querendo acreditar que meu ir-se será sempre-já-voltando, mas eu canso, eu pauso simplesmente e sem querer, eu desço do balanço-pendular e sua paisagem eternamente vista da janela, inexperienciada.

Nenhum comentário: