20.7.06

Peixe Vivo





Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento


A minha alma chorou tanto,
Que de pranto está vazia
Desde que aqui fiquei,
Sem a tua companhia

Não há pranto sem saudade
Nem amor sem alegria
É por isso que eu reclamo
Essa tua companhia

Como pode um peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia?

16.7.06

Mar - cello...

De ti restou-me...
O que de mim restou:
Lábios ressequidos,
Ossos à mostra,
Saliências recônditas
Deixadas pela dor -
Tudo apenas porções
do sagrado ritual do esquecimento
(Para todos àqueles que como eu
vivem de lembranças).
Tu, insuspeitável porta - sempre aberta...
A inquietar o sono e regelar à noite.
Calabouço, precipício, crueza sem nome -
Morte.
Adeus obscuro e insensato,
Mal inesperado.
"De tudo ao meu amor serei atento".
Silêncio atravessado na garganta.
Guardo por ti um punhal no coração...

14.7.06

Ando triste demais...

"Dói em mim saber...
Que a solidão existe e insiste no teu coração.
Dói em mim sentir
Que a luz que guia o meu dia não te guia não.
Quem dera pudesse a dor que entristesse fazer compreeender
os fracos de alma sem paz e sem calma, ajudasse a ver
que a vida é bela - só nos resta viver..."
(Ângela Rôrô)
Sax, pianos, cellos...
Cada pequeno instrumento de minh'alma
Esfacelado.
Morre uma estrela.
Noturna, noturnos na imensidão negra
Matéria escura que se me apaga
- enfim...