16.7.06

Mar - cello...

De ti restou-me...
O que de mim restou:
Lábios ressequidos,
Ossos à mostra,
Saliências recônditas
Deixadas pela dor -
Tudo apenas porções
do sagrado ritual do esquecimento
(Para todos àqueles que como eu
vivem de lembranças).
Tu, insuspeitável porta - sempre aberta...
A inquietar o sono e regelar à noite.
Calabouço, precipício, crueza sem nome -
Morte.
Adeus obscuro e insensato,
Mal inesperado.
"De tudo ao meu amor serei atento".
Silêncio atravessado na garganta.
Guardo por ti um punhal no coração...

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