Hoje sento para escrever por sequer conseguir manter-me de pé... A vida é tão flúida que já não consigo alcançar minha etérea natureza. Distante de qualquer possibilidade os únicos companheiros que me vêm a mente só me têm dilacerada: o gym e o wisky.
Pensei até em fazer um preparado farmacologicamente equilibrado de ambos, quase letal...
Por que essa necessidade de perscrutar a chaga, estirpar-lhe a tênue camada que se quer sarar? E que fazer da inquietação desconfortável de saber que estar são é abrir-se ao sofrer? Desolada por saber, mesmo sem querer, que tudo fatalmente passa, acaba e recomeça. É impossível parar, não há um ombro sequer na trajetória cósmica onde se possa descançar eternamente a cabeça e chorar, para além de qualquer explicação...
E sempre chego nesse vertiginoso penhasco que flutua no espaço e é o mesmo desespero de saber que pular é só sumir, nunca morrer, apenas não ser visto...
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