24.11.08

Humpty Dumpty

Após ter tomado importantes decisões aos cinco anos de idade, ter como partícipe de minha criação um cão e entre meus maiores e mais chegados amigos uma palmeira... O que me levou a percorrer uma bela estrada de amores e partidas.
Me senti vivendo tudo que não amo por ter desistido de lutar pelo que me toca e isso me tornou infeliz e me colocou ao lado das pessoas que não amo, me afastando de meus afetos genuínos.
Dei poder para o meu Barba Azul roubar minha vitalidade, meus sonhos e minha alegria.
E fiz isso tudo tentando dar uma chance ao entendimento impossível, impossível porque ninguém pode entender por outra pessoa.
Creio que nem mais havia querido, nessa tentativa final, ser amada ou aceita, mas respeitada. Só que agora eu entendo que ninguém se faz respeitar cedendo, fazendo o jogo do inimigo. É preciso rosnar, partir pro ataque, saber quando recuar, quando esperar, estar sempre pronto.
Agora quero ir para sempre, me perder de vista, não ser encontrada por ninguém.
Serei só eu e minhas escolhas guiadas pela intuição, dignidade, respeito a mim mesma, meus afetos, meus dons.
Vou partir para a estrada que meus pés vão construir, despertar e curar, aprender e crescer como ser, estar em paz, ser em harmonia.
Eu me entrego, não vou mais me debater, vou deixar essa realidade imprestável para traz e seguir em frente. Só existem o presente e o futuro em minhas mãos.
Não quero mais dor, medo, culpas repassadas, herdadas...
Agora quero viver livre, sem medo, responsável apenas por minha vida, minha evolução e pela Terra.
Como farei isso, pouco me importa porque não farei mais nenhuma outra coisa. A Terra é minha casa, não estarei desabrigada.
Que desçam sobre mim as bençãos do Grande Espírito.
Aqui estou...

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