18.4.08

Vanessa

Dentro do olho d'água tem medo?
Nunca soube por quê me encantam as borboletas
Tão leves - num arregalo de olhar a vida fremindo
Delicadas, quase impalpáveis
Com aquela eterna impressão de já serem sempre outra coisa
Ao menor encontro
É tão doído amar uma borboleta quanto inevitável...
Basta que ela pouse em sua superfície
E aí você pinga - aqüoso...
Seus olhinhos escuros, facetados
A visualizar numa miríade de multiplicidade
Sua ternura infinita...
E como todo infinito, morrem tão logo as percebemos
Talvez porque saibam que tudo flui
E nada deve permanecer estático
Sobretudo se há amor.
Sabe, o maior amor que tive era uma borboleta -
Ínfimo e infinito.

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