Um bolso virado para fora, que diz ele?
E porquê há sempre alguém que tentando ajudar sugere que o guardemos?
Talvez por saber que, como o bolso, expor o de dentro cause sempre certa estranheza e inadequação.
Ou porque os bolsos são originalmente talhados para ocultar e não para expor. E a subversão é quase sempre incômoda e pouco simétrica.
E quando as coisas não guardam simetria estabelece-se a angústia...
É como amar alguém e para preservar esse amor precisar estar apartado, por fidelidade ao que se sente.
A fim de que a mentira do cotidiano não mascare e ofusque o sentimento - o torne impuro.
Talvez por isso tantas bolsas, tantos zíperes, bolsos - pequenos compartimentos de nós mesmos.
Afinal, há muito o que esconder, temos muito medo e mundos...
E também esses escondemos de nós.
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