Tenho farpas, dizia: "- tenho farpas"
Que posso eu dizer senão ais
Que posso sentir a não ser esse interminável incômodo
- Náusea de mim
Tenho farpas encrustadas em minha pele como ostras
Não flechas que me atravessam
Esse eterno penetar
- punhal guardado no peito-lábio do dorso
Vagido sem cordas - silêncioso e assombrado
Tenho farpas onde não me alcanço...
Aspereza entranhada por fora, tão superficial.
Ínterim
Invisível de mim a reclamar-me olhares.
Tenho farpas e isso me basta.
Tenho náuseas - como conter a contratura de mim?
Como cortar a contextura do mim, sem blefar?
Arrepiam-se-mim as farpas: "-Calou".
E vi meus olhos arderem para além de mim - sumia...
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