9.7.07

Perdulário

Quantos objetos são necessários para ofuscar uma pessoa?
E quantos para forjar um ser humano?

E se as pedras rolarem de pura leveza inconfessa?

E se sorrir for só uma delicada maneira de dizer:
- Por favor, não me machuque?

Será o adeus um olá às avessas, uma contratura de amor?

Dói sentir assim?
Fincar as garras no peito à espera de uma sensação que resista?

O quanto de vida se esvai num só sonho esquecido?

E se pudéssemos ser asa e fremir sem descanso, beatitude e inconsciência?

O que sería de nós se não houvesse nada além de lábios que se tocassem?

De que vazio emerge a ofensa que se balbucia?

5.7.07

Se tudo pode acontecer...

"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre sem saber que pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
(...) Agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa..."

"Se tudo pode acontecer
Se pode acontecer
Qualquer coisa
Um deserto florescer
Uma nuvem cheia não chover

Pode alguém aparecer
E acontecer de ser você
Um cometa vir ao chão
Um relâmpago na escuridão

E a gente caminhando
De mão dada de qualquer maneira..."

Composição: Arnado Antunes / Paulo Tatit / Alice Ruiz / João Bandeira