26.10.06

De onde você parou...

E os muros,
Umbrais absolutos de meu ser,
Cresceram sobre mim como têias...

Cubriram todo a luz que havia em mim,
Fecharam fresta à fresta sem querer.

E eu que entre muralhas me perdi,
Tecendo sonhos a me libertar,
Não percebi que quase sem querer
Perdia-me tremendo a me encontrar.

E como fosse um pássaro a voar
Desci, como quem plana rumo ao sol,
Sumi na imensidão de em mim o ar...

Na seta de meu alvo a despencar,
Cai cegaga pela luz que em mim
Tragou-me em mim a treva a me fechar,
Cobriu-ma a espera esfera de se dar.

E laço insuspeitável a me oprimir,
trancou-me e em mim gaiola - onde estás?
És? Onde estou?

- "Sim, sim. Todo homem é uma ilha...
Insuspetável e balouçante entre tantas outras ilhas.
Mas, quem saberia?
...
Um átomo, um muro, matéria negra.
É. Tens razão... Pessoas são ihas que choram."

Alguém? Tem alguém aí? Pode me ouvir?
... ... ...
... ...
...
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