30.4.06

Visage

Visão, miragem... torvelinho do outro.
Foi em meio ao frêmito dessas sensações misturadas que percebi - despertei.
Com que ternura escutei...
- Você é minha vida amorosa.
E já não pude precisar o que se sucedia, e porque não pude frear então flui.
Despenquei no púrpureo vinho de tamanha sabedoria,
E quão embebida me tornei - diria mesmo enebriada...
Flutuei e afundei qual curtiça caprichosa.
Creio que desmaiei ou simplesmente estive em transe...
Vi uns olhos tão azuis cheirando a mar, senti a brisa com cheiro de luar florido;
Ouvi risos, perdi a voz...
Deslizei quente e macio, chorei e meus olhos se abriram como nunca.
Tinha acabado de ser incluída numa vida repleta de amor,
Tanto amor e tão despreendido que não temia, não sentia culpa.
Depositar no outro, fazer de sua vida a sua vida amorosa tornaram aquele ser especial
E ao mesmo tempo me elevou a uma importância antes insondada